A verdade é que não cabemos em nossas palavras.
Antes de todo o resto, deve-se saber que ser verborrágico não ajuda.
As palavras podem dançar sozinhas ou acompanhadas.
Cadenciando...
Pausando.
É saber a combinação certa, a escolha adequada que arquitete emoções efêmeras ou se perpertuem em boas sensações.
Com um equilíbrio impetuoso ou com uma súbita leveza, construindo um texto que cintile.
E esse texto há de ser sem requififes, mas bonito como um laço de fita.
Tão intencional quanto despretensioso, amiudando-se em estilo.
Que seja apurado o suficiente para que pulse.
Pontuado e pontilhado, pra ser vigor em conta-gotas.
Que sussure baixinho e sossegue.
Que berre a desrazoável inquietação de criar.
Que tenha uma pitada de mim e se misture ao todo de você que lê.
Que trisque numa alma que seja.
Que corte, fira.
Que coce e rascunhe.
Que reincida, dia sim, dia não
Hora em mim, hora em você.
Escrever pode ter muitos sabores e riscos.
Entre um sim e um não, que seja do tamanho da coragem de caminhar sobre esta corda bamba infinita que o jornalista desafia.
Que seja bom.
Que complete.
Eu café, tu leite.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
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